Portal do Classificador de Grãos - Cópia Curso de Classificador de Grãos Soja e Milho-1

1 INTRODUÇÃO

A Classificação refere-se à determinação e quantificação dos principais defeitos ou características indesejáveis que um determinado lote de grãos de soja pode conter, assim é necessário verificar fatores como umidade dos grãos, presença e quantidade de impurezas, grãos ardidos mofados, esverdeados, dentre outros. Após serem definidas a presença e quantidade dos defeitos, são aplicados descontos em massa sobre o lote de produto.

A empresa compradora, firma contrato de compra, aplicando sobre o carregamento descontos referente às características indesejáveis, por este motivo a importância do papel do Classificador, pois, no final a sua analise irá interferir no preço de comercialização, sendo de suma importância que o classificador seja responsável e tenha sempre imparcialidade em suas analises.

Hoje o procedimento de Classificação pode ser feito por Classificadores Práticos e em alguns casos é exigido o Classificador com Registro do MAPA, para obter o registro no MAPA é necessário atualmente ser Técnico Agrícola ou Agrônomo.

O curso de Classificação de Grãos Soja e Milho, oferecido pela Batistella Treinamentos é de suma importância, pois capacita pessoas sem muito conhecimento na área a desenvolver a profissão com conhecimento prévio da Profissão.

Apresentamos de forma clara e objetiva os procedimentos de Classificação de Soja e Milho que será necessário para o Classificador desenvolver na sua profissão, sendo estes procedimentos, calagem, amostragem, determinação da umidade, determinação do teor de impureza e matéria estranha, defeitos e avariados.

Seja bem vindo ao Curso de Classificação de Soja e Milho da Batistella Treinamentos

4 OBTENÇÃO DA AMOSTRA DE TRABALHO

Todas as Amostras retiradas, em suas diferentes profundidades, devem ser reunidas, homegeneizadas, quarteadas e reduzidas em 3Kg (três quilogramas) para compor, no mínimo, 3 (três) amostras, constituídas de 1Kg (um quilograma) cada, que serão representativas do lote.

As três amostras serão distribuídas, ficando uma com a empresa, outra com o produtor e uma guardada em lugar seguro para servir como contraprova.

Da amostra de trabalho de 1Kg, destinada à classificação dos Grãos de Soja, deve-se novamente proceder a uma divisão e homogeneização dessa amostra até se obter a amostra que irá ser Classificada. Essa amostra, que será utilizada pelo classificador para identificação e quantificação dos defeitos, deve ser de, no mínimo, 125 gramas e está deve ser anotada no laudo de Classificação.

Da amostra de trabalho de 1Kg, destinada à classificação dos Grãos de Milho, deve-se novamente proceder a uma divisão e homogeneização dessa amostra até se obter a amostra que irá ser Classificada. Essa amostra, que será utilizada pelo classificador para identificação e quantificação dos defeitos, deve ser de, no mínimo, 250 gramas e está deve ser anotada no laudo de Classificação.

4.1 Homogeneizar

Homogeneizar é o ato ou efeito de tornar homogêneo, tonar único, misturar, igualar-se.

Quarteador

A função do Quarteador é homogeneizar as amostras retiradas do caminhão, a fim de obter uma análise qualitativa eficiente. Na prática os classificadores por não ter muitas vezes o Quarteador disponível acabam por fazer o procedimento em baldes ou bandejas, utilizando a mão para homogeneizar. Estando o produto em condições de ser classificado, quartear a amostra de trabalho(1kg) para a classificação do produto e pesar em balança eletrônica com duas casas após a vírgula, sendo indicado: o mínimo de 125 gramas de grãos de soja, mínimo 250 gramas de grãos de milho.

6 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE IMPUREZA E MATÉRIAS ESTRANHAS

Realizar o peneiramento dos grãos (soja e milho) quarteados de acordo com o produto analisado, sendo: peneiras de 3 mm e fundo para soja, peneiras de 5 mm, 3 mm e fundo para milho. Após peneirar, pesar e anotar no laudo.

De posse da amostra com peso o mínimo de 125 gramas de grãos de soja, mínimo 250 gramas de grãos de milho, se dará o processo de Classificação propriamente dito, se você usou 140 gramas para a soja ou 300g para o milho, este será o peso a ser utilizado na hora de determinar as porcentagens dos defeitos a serem encontrados.

Para determinação do teor de impurezas e matérias estranhas na soja, a amostra deve ser passada em uma peneira de crivos circulares de 3mm (3 milímetros), todo material que passar pela peneira deve ser considerado como impureza ou matéria estranha e os materiais que ficarem retidos na peneira, mas não são grãos de soja, devem ser catados manualmente e colocados junto do material que passou pela peneira, para que entrem no cálculo do teor de impurezas, vagens de soja, a casca do grão de soja que ficar retido não deve ser consideradas como impurezas.

No caso do Milho, para realização da separação deve se utilizar peneiras com crivos circulares de 5 e 3 milímetros de diâmetros dispostas uma sobre a outra. A amostra de trabalho é colocada na peneira superior contendo os crivos de 5 milímetros e durante 30 segundos as peneiras são movimentadas. As matérias estranhas e impurezas que estão na peneira de 5 e 3 milímetros deverão ser catados manualmente e adicionadas as que vazaram na peneira de 3 milímetros. Os grãos que ficarem retidos na de 3 milímetros são considerados quebrados sendo pesados e registrados no laudo de classificação. Materiais estranhos do Milho são todos os outros materiais que contaminam os grãos de milho, tais como: sementes de outros vegetais, pedúnculos de ervas daninhas, restos de sabugo, detritos diversos dos mais variados tipos. Algumas vezes, as sementes podem ser oriundas de plantas tóxicas como as de mamona, as quais necessitam ser eliminadas antes da utilização do milho.

10 CLASSIFICAÇÃO DA SOJA

Observações importantes:

Será desclassificada e proibida a sua internalização e comercialização a soja que apresentar uma ou mais das características indicadas abaixo:

1. Mau estado de conservação;

2. Percentual de defeitos graves superior a 12% (doze por cento) para a soja destinada diretamente à alimentação humana;

3. Percentual de defeitos graves superior a 40% (quarenta por cento) para a soja destinada a outros usos;

4. Odor estranho (ácido ou azedo) de qualquer natureza, impróprio ao produto, que inviabilize a sua utilização;

5. Presença de insetos vivos, mortos ou partes desses no produto já classificado e destinado diretamente à alimentação humana;

6. Presença de sementes tóxicas na soja destinada diretamente à alimentação humana.

O lote de soja que apresentar, por quilograma de amostra, duas ou mais bagas de mamona ou outras sementes de espécies tóxicas em seu estado natural deverá obrigatoriamente ser rebeneficiado antes de proceder a sua classificação.

10.1 Identificação e Determinação dos Defeitos da Soja

Após a retirada das matérias estranhas e impurezas a identificação dos defeitos é o próximo passo.

Sempre que houver dúvida quanto a identificação de algum defeito no grão de soja, o mesmo deverá ser cortado, no sentido transversal aos cotilédones, na região afetada.

Caso o Grão apresente mais de um tipo de defeito, prevalecerá o defeito mais grave, considerando-se a escala de gravidade.

10.2 Defeitos e Avariados da Soja

Avariados na Soja Citados em Escala de Gravidade

Defeitos Graves

Queimados
Ardidos
Mofados

Defeitos Leves

Fermentados
Verdes
Brotados ou Germinados
Danificados
Imaturos
Chochos
Amassados
Partidos e Quebrados

Observações importantes:

I - No caso do Grãos danificados, separar os grãos atacados por insetos sugadores (picados), pesar e encontrar o percentual, dividindo o valor encontrado por 4(quatro) e o resultado deverá ser somado aos percentuais dos outros grãos danificados.

II - Pesar os Grãos amassados, partidos e quebrados já separados e encontrar o percentual do produto.

III- Pesar os grãos esverdeados encontrar e encontrar o percentual

IV – Os grãos com mancha púrpura e os grãos com mancha de café não serão considerados como defeitos

V- pesar todos os defeitos isoladamente e anotar no laudo de classificação

Queimados: Grãos ou pedaços de grãos carbonizados

Grãos Danificados: Grãos ou pedaços de grãos que se apresentam com manchas na polpa, alterados e deformados, perfurados ou atacados por doenças ou insetos de qualquer de suas evolutivas. Lembrar que no caso dos grãos danificados, separar os grãos atacados por insetos sugadores (picados), pesar e encontrar o percentual, dividindo o valor encontrado por 4(quatro), cujo resultado deverá ser somado aos percentuais dos outros grãos danificados, caso ocorram na amostra; somar o percentual de grãos danificados e encontrados aos demais percentuais de grãos avariados.

12 CLASSIFICAÇÃO DE MILHO

Observações Importantes

Será desclassificado e proibida a sua comercialização e a sua entrada no País o milho que apresentar na carga, no lote ou na amostra a ser analisada uma ou mais das situações indicadas a seguir:

1. mau estado de conservação, incluindo aspecto generalizado de mofo ou fermentação;

2. presença de sementes tratadas ou sementes tóxicas;

3. odor estranho, impróprio ao produto, que inviabilize a sua utilização para o uso proposto;

4. limites de tolerâncias acima do estabelecido para os defeitos ardidos, total de avariados ou carunchados.

11.1 Defeitos e Avariados do milho

Defeitos e Avariados do Milho Citados em Escala de Gravidade

Os grãos defeituosos são classificados em três grupos principais:

- Quebrados

- Carunchados

- Avariados: Seguem os defeitos em ordem decrescente de gravidade:

1- Mofado

2- Ardido

3- Fermentado

4- Germinado ou Brotado

5- Carunchado

6- Chocho ou imaturo

7- Gessado

Quebrados: são os que vazam pela peneira de crivo de 5mm de diâmetro e ficam retidos na peneira de crivo de 3mm.

Avariados do Milho

São aqueles cujo os pedaços de grãos que possuem características referentes à mofado, ardido, fermentado, germinado, carunchado, chocho ou imaturo e gessado.

Grãos Mofados: São grãos onde houve uma contaminação por fungos, com posterior multiplicação, tornando-se visível ao olho nu. Observar o tom mais escurecido no interior do grão, representando a área de crescimento do fungo. Esta área pode ser desde um pequeno ponto escuro, geralmente no germe, até a tomada total do grão

Grãos Ardido: São grãos que durante o seu processamento sofreram alteração na sua coloração, tornando-se, na maioria das vezes, escurecidos numa área igual ou superior a 1/4 da sua área total. (1/4 da área corresponde, aproximadamente, à área do germe (parte branca). Note que os grãos apresentam uma coloração escurecida em parte do seu grão, compreendendo mais de ¼ de sua superfície total. Os grãos queimados são considerados ardidos devido ao aspecto parecido.

Grãos Germinados ou Brotados: São grãos que receberam umidade suficiente para iniciar o processo de germinação. Tomar cuidado, pois o processo de germinação pode ser muito sutil e quase imperceptível, apresentando somente um inchaço do grão. Notar que num primeiro instante, há um inchaço do grão e início do processo de brota, porém o brilho do grão permanece e, às vezes, até mais acentuado. Com o passar do tempo, o broto aumenta de tamanho , o grão diminui e há perda no brilho (morte do germinado)

Grãos Chochos ou imaturos: Uma parte dos grãos produzidos, às vezes, não atinge o estágio de maturação ideal no momento de colheita, os grãos ficam com aspecto chocho no processamento. Estes grãos normalmente se apresentam com pouco material interno, duros e murchos, devemos desconsiderar, neste caso, os grãos das pontas das espigas, os quais são pequenos e normalmente com endosperma enrijecido. Notar os grãos pequenos, murchos e com coloração diferente da normal.